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BEM-VINDO, 2024!

31 jan

Escrevo no último dia de janeiro. O mês mais reflexivo de todos os anos. O único em que não me afogo em tarefas urgentes.

RETROSPECTIVA 2023

Em 2023 fiz 13 infusões de Remicade. A última no dia 28 de dezembro. O intervalo entre cada uma delas foi de 4 semanas. Passei a usar 4 frascos ao invés de 3 porque ganhei peso e não consegui perder. Não fiz nenhuma sessão de psicoterapia. Fui a nutricionista, mas não dei prosseguimento ao plano elaborado por ela. Fui a gastroenterologista investigar dores no estômago, fiz os exames solicitados (endoscopia e laboratoriais), mas não fui a consulta de retorno. Fui a ginecologista, mas não fiz os exames para investigar uma possível endometriose (minha menstruação está suspensa porque só falto morrer quando menstruo, com a pausa ganhei parte da vida que tinha perdido). Tive várias crises respiratórias e de enxaqueca que me levaram ao pronto-socorro. Pela primeira vez na vida, minha pressão subiu durante períodos de estresse agudo. Quando fico nervosa sinto náusea e dor de barriga. Isso não é sintoma de Retocolite Ulcerativa. É ansiedade. Lidar com a ansiedade sem ansiolítico e sem psicoterapia foi desafiador. 2023 foi um ano super movimento e, por isso, de muita náusea. Sobrevivi ao meu primeiro canal dentário.

Descobri o prazer de beber whisky e comprei duas garrafas que ainda não secaram. Como tenho baixíssima tolerância para bebida alcóolica, continuo bebendo raramente e pouco por vez. Precisei – muitas vezes – redefinir a minha alimentação durante o ano. Comer bem, me faz bem. Comer mal é uma delícia, mas me derruba ligeiro demais. Nos períodos de maior ansiedade, buscopan e vonau flash não dão conta de conter os sintomas gastrointestinais. Jejum e dieta de crise (alimentação natural com restrição de gordura, leite e fibras) colaboram muito para o desaparecimento desses sintomas.

Li 12 livros em 2023. Vi mais de 50 filmes (parei de contar na casa dos 40). Assisti a 7 séries. Tomei banho de mar várias vezes e queimei as costas em algumas delas (mesmo passando protetor queimo e não sei o porquê). Participei de vários eventos do carnaval em Natal (mais pelos outros do que por mim). Socializei menos do que deveria, considerando o tanto de gente que amo, e mais do que deveria, considerando a minha energia para interação. Fiz o melhor que pude no quesito interação social e sinto que me saí bem, apesar de algumas faltas. Fui ao cinema e ao teatro e DEFINITIVAMENTE o teatro tem o meu coração todinho (amo cinema, mas foi o teatro que me emocionou mais em 2023). No Teatro Riachuelo, me emocionei com o show ANA CAÑAS CANTA BELCHIOR. Quem abriu o show foi a talentosa Edja Alvess. Desde então, ouço paralelas quase que diariamente. Também no Teatro Riachuelo assisti ao espetáculo TOM NA FAZENDA. É tão dolorido quanto belo. E é belíssimo. No Teatro Alberto Maranhou, quem vi brilhar foi Cláudia Abreu no espetáculo VIRGÍNIA. Excelente roteiro e adaptação. Me afoguei várias vezes. No Arena das Dunas, fui ao show TITÃS – ENCONTRO PARA DIZER ADEUS.

Enfrentamos, juntos, o diagnóstico e o tratamento de um estesioneuroblastoma (tumor maligno dentro da cavidade nasal) em Papai. Passamos por duas cirurgias para retirada do tumor, 27 sessões de radioterapia e incontáveis consultas com especialistas diversos. Papai, como sempre, meu herói. Ele deixa qualquer astro de Hollywood no chinelo. Não existe personagem da Marvel ou da DC Comics com 10% da força e dos bons valores do meu Pai.

Estudei muito. O primeiro semestre de 2023 foi fraquinho. Me matriculei em quatro disciplinas, mas tranquei duas assim que recebemos o diagnóstico de Papai. Eu precisava de tempo para processar as novas informações e acompanhar Papai nas cirurgias. O segundo semestre foi uma pancada porque coincidiu com a reforma do meu apartamento e as sessão de radioterapia de Papai. Mesmo assim, considero que arrasei naquilo que me propus a fazer. O ponto alto do meu ano acadêmico foi o estágio no Museu de Ciências Morfológicas da UFRN.

Vivi o melhor ano letivo de trabalho dos últimos anos. Completei a minha carga horária numa única escola e isso foi providencial para que conseguisse dar conta de tudo sem morrer de exaustão. O ano letivo começou difícil porque tivemos uma greve dos professores seguida por uma crise de segurança pública no RN. Os bandidos tocaram o terror por aqui e, com ajuda da Força Nacional, as autoridades competentes conseguiram controlar a situação depois de algumas semanas de terror. Essas interrupções atrapalharam um bocado o andamento do ano escolar. Felizmente, fui presenteada com boas turmas, colegas colaboradores e um tantão de sorte no percurso. Racionalmente é difícil explicar um ano de trabalho tão produtivo e divertido em meio ao caos. Mas, foi exatamente o que aconteceu

JANEIRO DE 2024

Passamos o Ano Novo em Natal, numa festa promovida por um condomínio de casas. O evento foi tranquilo e agradável. Amo esses encontros mais intimistas em que cada família providencia sua própria comida e bebida, as coisas ficam lá na mesa e as pessoas se servem quando tem vontade. O espaço era compartilhado, mas cada núcleo tinha o seu cantinho. As bandas contratadas tocavam animadamente, músicas relativamente decentes. MUITAS CRIANÇAS! Prefiro quando elas dominam os lugares porque a presença de muitas crianças costuma garantir um ambiente mais saudável (não sou conservadora, entretanto me incomoda a falta de limites dos espaços ocupados predominantemente por adultos).

A primeira infusão do ano aconteceu no dia 25 de janeiro de 2024 e foi um sucesso.

Fomos ao Teatro Riachuelo assistir ao musical HOMEM COM H. Compramos ingressos para toda a família porque amamos a obra de Ney Matogrosso. Infelizmente, Mamãe passou mal no dia do espetáculo. Minha irmã ficou com ela. Papai, Edcleia e Eu pudemos prestigiar a homenagem ao grande artista versátil que chocou o País décadas passadas com a sua irreverência e criatividade. Ele conquistou milhares de corações brasileiros, como os nossos. Já vi Ney Matogrosso cantar ao vivo. Meu Pai me levou a um show dele. A energia do homem é indescritível.

Edcleia e Eu fomos ao cinema assistir ao filme Nosso Lar – Os Mensageiros. Ela é espírita e aprecia os filmes com essas temática (desde que não sejam de terror).

Consegui queimar o céu da boca com pizza. Fomos a uma tradicional pizzaria da nossa capital, Mozzarella Pizzas, comemorar o aniversário de um amigo. As pizzas servidas lá são deliciosas. Gostei de todos os sabores que experimentei, mas cometi o vacilo de colocar uma borda de pizza quente, recém chegada, na boca. O catupiry estava fervendo. Na hora que senti queimar não tive coragem de cuspir, achei que seria indelicado. Tolice minha. O resultado disso foi passar TRÊS dias em dieta líquida. Formou bolha, encheu de pus, descascou. Uma coisa horrorosa.

Estou de férias e amando o meu tempo de descanso. Precisava muito disso. Muito mesmo. Algumas pessoas estão chamando janeiro de mês infinito, mas – para mim – ele passou bem rapidinho. Queria mais de janeiro. Espero que fevereiro continue leve.

Entrando em crise?

19 fev

Não bastava estar tendo hemorragia, começaram as idas ao banheiro.

Minha vontade inicial: chorar. O que eu fiz? Segurei, liguei pro noivo só porque a voz dele é bonita e me acalma. Ao cair da noite decidi: vou ficar nesse computador jogando paciência e escutando música até o sono chegar. E se ele não vier, dane-se! Estarei fazendo algo inútil, mas que eu amo. Não vou chorar.

Não chorei. Tão pouco perdi o sono. Acho que antes das onze já estava na cama. Quando acordei já era dia. Vai ver foi a música… Rsrsrs

Não está tão ruim como estava antes do Remicade. Eu como e preciso ir ao banheiro. Não imediatamente ou antes de terminar o prato. E não tantas vezes. Entretanto, mais do que uma.

Dia 27 é a minha terceira infusão. Espero daqui pra lá estar boa do nariz. Ele deu uma piorada. Eu vivo um período de melhora e piora. Por exemplo: no meu quarto de estudos tem uma parede com mofo. Quando eu vou pro computador, pioro. Passei um tempo na casa do noivo. Como lá não tem mofo, melhorei. Inventei de enfrentar o sol e tomar banho de piscina, piorei. Quando eu digo melhorar é estar livre MESMO dos sintomas. Piorar é nariz congestionado, olhos coçando e/ou ficando vermelhos, nariz coçando, garganta coçando, ouvido coçando.

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Parede com mofo

É bem difícil não perder o controle. Para os que padecem do mesmo mal: não está tão ruim. Mas, sentir qualquer piora me incomoda não pelos sintomas. O que me dói mais é o que pode acontecer no futuro. Eu acho que consigo conviver bem com o que está acontecendo agora. O nome disso é ansiedade. Sentimento que devemos tentar evitar visto que o emocional abalado é potencializador de crises.

Minha experiência recreativa com piscina foi ótima e não foi. Eu amei, meu nariz não. E o nariz é a única coisa que ainda me impede de começar na natação. Nessas horas eu penso como gostaria de ter nascido homem e não alérgico. Rinite/sinusite e menstruação atrapalham os meus planos e a regularidade dessa atividade. Por muito tempo, o meu grande sonho foi ir dormir e acordar homem. Hoje em dia, eu só desejo isso as vezes.  E nem é mais “de coração”.

Atualmente, os meus maiores desejos são: estar com Raimar o máximo de tempo possível e permanecer saudável.

P.S.: Ainda não descobrimos o segredo para acabar com as infiltrações no apartamento. Fizemos uma reforma que demorou mais de um mês para ficar pronta. Rasparam essa parede da foto até que chegasse no tijolo, colocaram outros materiais por cima (que eu não faço ideia de quais foram. Só sei disseram para o meu pai que eles resolveriam o problema) e texturizaram. Nessa parede, não passa nenhum cano. Ou seja, infiltração de cano não é. O meu quarto padecia o mesmo mal. Agora, eu tomo xarope e fico boa. Antes, eu vivia morrendo. Tomei muito Decadron na veia pra dormir. Esse ciclo melhorou quando botaram cerâmica no meu quarto. “Sério que tem cerâmica no seu quarto???” Yeah. Parece uma cozinha. Ou um banheiro. Mas, eu o amo bem mais assim. Se dependesse de mim, havia cerâmica por todo o apartamento. Mas, sou voto vencido.

Ia ia ia…. Alergia e hemorragia!

12 fev

Autorizei os exames que devo fazer com o Otorrinolaringologista. Serão eles:

  • Provas imuno-alérgicas para fungos (PIAF), por antígenos
  • Provas de provocação-prova
  • Testes cutâneos de leitura imediata
  • Vídeo-endoscopia naso-sinusal com ótica rígida ou flexível

Já era pra ter feito, mas acabei não indo fazer. Vou remarcar. Vivo um período de coça tudo. Coça: nariz, ouvido, garganta e olhos. Os olhos que me incomodam mais. E eu louca para começar na natação, mas desse jeito não dá. Até porque tenho ficado congestiona em alguns períodos do dia.

Eu voltei a sangrar. Há alguns dias tenho visto – todos os dias – sangue misturado as fezes. Mandei mensagem para o gastroenterologista e ele respondeu que, por enquanto, não devo me preocupar porque é cedo para julgar o efeito total da medicação.

A primeira vez que vi sangue eu realmente fiquei muito triste e assustada. A gente coloca muita expectativa no futuro. E se as coisas não acontecem do jeito que imaginamos, a sensação é tão ruim. É aquele momento em que a gente tem de fechar os olhos e lembrar que há coisas que não podemos controlar. Por mais difícil que isso pareça, é preciso continuar com fé. Acreditar que tudo vai dar certo. Sofrer por antecipação é que não resolve os nossos problemas, né?!

Espero que esse sintoma desapareça o quanto antes. É óbvio que já culpei o leite pelas minhas mazelas e evitei o seu consumo por um tempo. Não adiantou nada. Fazer isso é parte da minha mania de querer achar um culpado. E, nesse caso, eu quis muito que fosse o leite. Mas, definitivamente, não parece ser.

Tenho dormido muito. Muito mesmo. Não faço ideia do que me faz sentir tão cansada. Hoje me arrastei até a aula de violão. E só fiz dormir o resto do dia. Acordei em alguns momentos para comer. Passei umas duas horas do começo da noite acordada e, depois, dormi. Quando voltei a acordar já era quase uma hora da madrugada. Meu horário de sono está bem estranho. O que me acorda é fome.

Eu ODEIO quando isso acontece. Porque atrapalha tudo. Eu PRECISO estudar. Minha sorte é o carnaval. Não há problema AGORA se eu dormir enquanto estiver em casa e utilizar a minha energia para ir as aulas. Simplesmente porque vou passar o carnaval em casa e vou poder estudar. Mas, se as coisas continuarem assim, ferrou tudo.  Eu já tô ligada nos paranauê. Não é a primeira vez que sou tomada por esse cansaço estranho.

Em crise

25 nov

Sabe quando temos aquela sensação de “não sei como não percebi o que estava prestes a acontecer”?

Pois bem. É isso que sinto agora…

Cansaço

Há algumas semanas tenho me sentido muito muito muito cansada. E isso se intensificou nas duas últimas. Por isso, andei faltando muitas aulas. Naturalmente, detesto faltar aulas. Só que… sei lá!… Não tava rolando sair de casa antes do almoço e só voltar depois das 22h15. Ultimamente andei até ligando para o meu pai ir me deixar na universidade. De onde estou até lá, são uns 10 minutinhos de caminhada. Mas minha indisposição era tão grande que eu perdi a consciência pesada de atrapalhá-lo em seus afazeres.

Por que não achei isso estranho?

É final do ano. Eu não aguentava mais estudar ou permanecer o tanto quando deveria permanecer na universidade porque achava que estava sendo preguiçosa. Minha única vontade era ficar na cama e, não importava o quanto eu ficasse descansando, isso nunca parecia ser suficiente.

Dor

Durante uma prova de Informática Fundamental senti tanta dor na minha barriga que em alguns momentos eu não conseguia respirar. Assim que terminei a prova, liguei para o meu pai me pegar. Passei uns dois dias dolorida. E tive outras dores – mais brandas – em tempos espaçados.

 Por que não achei isso estranho?

Pensei que essas dores fossem sintomas isolados. Tipo gases. A única que me intrigou foi a que me deixava sem respirar por longuíssimos segundos. Ela vinha em forma de pontadas. Só que depois dela tudo voltou “ao normal”.

Fezes coloridas

Vez ou outra via uma cor laranjinha ou até vermelhinha escura misturada nas fezes.

 Por que não achei isso estranho?

Atribui o colorido ao consumo de beterraba e de cenoura.

Eu sei que meus leitores podem achar que eu sou ou doida ou cega do olho interior. Nem eu sei onde minha cabeça estava.

Pergunta geral: O que me fez despertar para a vida?

Ir ao banheiro e depois ver o resultado de um sangramento intenso. Sangue escuro misturado as fezes, sangue vivo dançando sozinho. Pingos de sangue me dando “Oi” da borda do vaso.

Dor e enjoo após as refeições.

E agora Kívia Passos?

Já comuniquei a família e já marquei consulta com o gastro. Infelizmente, ele só poderá me atender no dia 01 de dezembro. Enquanto isso terei de esperar e fazer o que der pra fazer.

Entrar em crise no final do semestre (quando você mais precisa das aulas e de estudar) é frustrante. Felizmente, tenho um grupo sempre me apoiando e reforçando que “semestre que vem terei outra chance.”

Notícias secundárias

A inflamação nos olhos vai e volta. As vezes eles doem e coçam (e incham), começo a desacreditar que isso seja só alergia. Vou procurar uma segunda opinião.

A reforma no apartamento é infinita. Os pedreiros já extrapolaram três prazos de entrega. A família está bem nervosa com isso. Eu confesso não ser tão solidária a esse sentimento. Estou com o meu noivo e ele é ótimo. No cantinho dele também me sinto em casa. Gostaria que essa reforma terminasse para dar paz aos meus. Óbvio que tenho saudade do meu lar, só não estou tão desesperada quanto eles.

 

 

 

Noivado… Ou seria: queimando a língua?!

4 ago

SAM_2756Eu sei que disse tantas vezes quanto foi possível: EU NÃO QUERO CASAR. E não queria mesmo. Acreditem: as vezes em que proferi aquela sentença foi verdade.

Por muito tempo acreditei que poderia passar a minha vida namorando e que isso me faria feliz.

Verdades são relativas (como tudo no mundo).

Essa não foi uma decisão tomada de supetão. Embora o pedido de casamento tenha sido uma surpresa para mim (por algum motivo esquizofrênico não consegui enxergar que o meu namorado quisesse construir uma família comigo porque quando ele falava dessas coisas ou eu achava que era brincadeira ou da boca para fora), aceitá-lo não foi difícil.

Difícil mesmo é agora: assumir publicamente a minha mudança de postura. Não me julguem ainda. Leiam o que tenho a dizer sobre isso. Para que não fique a impressão de que não tenho palavra ou de que tinha recalque com casamento. Sabe aquelas pessoas que desejam muito algo e por motivos estranhos não assumem? A priori parece, mas não é esse o meu caso.

  • Eu amo o meu lar. Amo viver com os meus pais e a minha irmã. Por muito tempo pensei: se é para sair de casa e viver numa condição pior, jamais sairei de casa. Não ajudo nas tarefas domésticas, não contribuo financeiramente, tenho “tudo nas mãos”, tenho segurança e estou cercada de muito muito muito amor. Cheguei a conclusão de que não havia lugar nesse mundo melhor do que o meu lar. Sendo assim, casar seria loucura. Então, o que mudou?

Amadureci. Parte do meu pensamento anterior estava atrelado a minha incapacidade de me imaginar independente. Como se eu fosse incapaz de viver sozinha. Eu acreditava nisso. Acreditava ser incapaz. É bom ter tudo nas mãos, mas isso não é suficiente. Não faz sentido não viajar ou se recusar a evoluir por causa de certas comodidades. Embora essas coisas facilitem a vida, não são o que traz felicidade.

Estar com Raimar é tão bom que eu seria capaz de cozinhar para que a gente pudesse ficar mais tempo junto. Na verdade, seria capaz de cozinhar feliz e entusiasmada só para poder dividir uma gostosa refeição com ele. Chega um tempo em que a gente começa a achar gostoso “se virar” junto com outra pessoa. Ter preguiça junto. Deixar tudo bagunçado e, depois, arrumar junto.

ATUALMENTE: Acredito que posso ser feliz ao lado dele num lugar nosso. Acredito que sou capaz de aprender coisas novas. Acredito que posso me virar: criar os meus próprios problemas e resolvê-los.

Tudo que desejo é construir um lar tão bom quanto o que vivo. Vou me esforçar ao máximo para que esse sonho se concretize.

 A gente vai mudando com o tempo. Claro que alguma essência continua.  Vou de ANACRÔNICO para exemplificar o que disse:

Agora…. Que tal um pouco da historinha romântica?

Dia 25 de julho, fui almoçar com o namorado no RU. Comemos feijoada vegetariana, salada de couve com repolho e arroz. Conversamos uma centena de amenidades e eu reclamei um bocado dos efeitos colaterais do corticoide. Comi bem devagar porque aquela era a minha mais nova missão. Raimar decidiu que ia me deixar no laboratório onde trabalho. Até aí Ok. No meio do caminho encontramos numa parada de ônibus um ex-professor meu que nos chamou de noivos. Brincamos com isso e seguimos o nosso caminho.

Por volta das 13h, o laboratório estava vazio. Raimar decidiu sentar-se por alguns minutos comigo para conversarmos mais um pouquinho. Começou a me falar sobre casamento até que perguntou se eu casaria com ele. Eu – achando que a pergunta era apenas parte da conversa – respondi “Se um dia eu decidir me casar com alguém será com você”. Aí ele se ajoelhou e fez o pedido. Fiquei sem cor, sem chão, sem palavras. Realmente não esperava por aquilo. Aceitei. A minha primeira sensação foi de constrangimento. Bem acanhada mesmo. É estranho confessar isso, mas foi o que aconteceu. Depois veio toda aquela felicidade de quem foi escolhida para ser a companheira do homem dos sonhos. Eu não estava minimante preparada para tal pedido. Vestia uma calça jeans, uma camiseta da UFRN (que adotei como farda), tênis e estava toda suada e arrepiada porque havia passado a manhã andando no sol quente.

Começamos a planejar o noivado oficial (aquele em que o noivo pede a mão da noiva ao pai da noiva) e a refletir sobre o que é, para nós, o casamento e ser um bom cônjuge.

Dia 03 de agosto: A mãe do meu namorado gentilmente ofereceu um almoço delicioso para celebrar a nossa união. Lá, na casa da família dele, aconteceu o pedido oficial. Perante as nossas famílias nucleares e com a benção daqueles que mais amamos. Depois, junto com a minha família e o meu noivo, fomos visitar as minhas avós (materna e paterna) para espalharmos a notícia. Passamos também pela casa do meu primo para visitarmos a sua esposa grávida. À noite, voltamos a unir as nossas famílias nucleares para tomarmos açaí. Tudo foi tão bonito. Para completar, ainda ganhei de Raimar o segundo livro da saga Harry Potter.

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Vou de PEDIDO DE CASAMENTO:

Começa agora a surgir todas as dúvidas de como a colite e suas nuances podem interferir nessa minha nova fase… Tenho andado rebelde. Mas, vou deixar para comentar isso numa próxima oportunidade. Por ora: quero ficar só curtindo essa sensação gostosa que é ser feliz e fazer outra pessoa feliz.

Devagar e sempre

28 abr

Melhorando a passos de tartaruga.

Dor e febre já foram embora. A tosse continua comigo. Felizmente, já consigo dormir por horas seguidas sem ficar acordando engasgada/tossindo. As crises de tosse ficaram menos frequentes. Isso aliviou a dor que estava sentindo na região abdominal e perto das costelas (de tanto repetir o movimento da tosse, a minha musculatura, nessa região, começou doer. Felizmente, isso passou). Tive dias de repouso longe do ar condicionado.

Eu queria que o efeito do antibiótico fosse mais rápido. Já tomei 8 dos 14 comprimidos de Ciprofloxacino 500mg e ainda estou tossindo bastante.

As vezes, sinto secreção na garganta. Meu Pai fica dizendo para eu escarrar. Até parece que isso é algo fácil e natural. Não consigo fazer. Eu aprendi a assoar. Se o meu nariz está congestionado, sou capaz de assoar e colocar um pouco de secreção para fora. A questão é que o meu nariz não está congestionado. O ponto de acúmulo de secreção dessa vez é em algum lugar perto da garganta. E eu não sei colocar isso para fora. Por isso, acabo engolindo sem querer.  Constrangedor e seboso.

Tenho sentido um rói-rói diferente no estômago a noite. A dor parece muito com dor de fome. Só que nem sempre que como ela passa. Inicialmente, abusei das quantidades achando que era realmente fome. Depois me toquei que pode ser consequência do combo de remédios que ando tomando. Há alguns meses, toda manhã tomo Pantoprazol em jejum. Isso por causa do corticoide. Eu sentia um desconforto no estômago, então o médico receitou essa medicação para amenizar esse sintoma e evitar uma possível gastrite. Ainda bem que o tratamento com antibiótico dura apenas 7 dias.

Quero poder me livrar de tanto remédio.

Parei temporariamente com a musculação. Semana passada não fui porque estava acabada. Essa semana não sei se vou. Acho que vou esperar o tratamento terminar antes de retomar de vez a rotina.

Eu vivo dormindo ou com vontade de dormir. Incrível a minha atual indisposição física para fazer qualquer coisa.

A minha meta pessoal para essa semana é recolher as amostras de fezes e levá-las ao laboratório. Só falta esse resultado para eu marcar a consulta com o gastro especialista. Desde janeiro estou torcendo para conseguir isso e até agora nada. A medicina já avançou tanto… não entendo porque esse raio desse exame de fezes não foi substituído por outro mais moderno.

devagar-e-sempre

Consulta com a alergologista homeopata

24 abr

Depois de dias de febre, dor no corpo e muita tosse, pedi arrego. Para tudo na vida se dá um jeito. Inicialmente, não queria marcar uma consulta para essa semana porque estou atarefada demais. Entretanto, o sofrimento só tava aumentando. Não dá mais para continuar assim. Fora uma pressãozinha do namorado para marcar essa consulta o quanto antes. Ainda bem que o ouvi.

Vamos ao resultados…

Estou com uma infecção. O pulmão tá ok. Já dá garganta para cima… TUDO INFLAMADO. O extrato de própolis jamais daria conta. Quando se trata de bactéria, a solução é entrar com antibiótico. Mostrei meus últimos exames a minha médica. Ao ver o sumário de urina (o que fiz quando procurei o pronto-socorro com sintomas de infecção urinária e a médica que me atendeu disse que era só efeito do corticoide), ela me disse “Você teve uma infecção urinária recentemente.” Fiquei com cara de confusa. Expliquei que lá no pronto-socorro a médica que me atendeu disse que eu não tinha nada e me mandou para casa sem me medicar. Ela disse que a profissional que leu o exame foi desatenta. Que havia sim infecção. E eu sofrendo por semanas com os raios dos sintomas da infecção urinária e calada.

Ou seja, segunda infecção em menos de seis semanas. Minha alergologista detesta os efeitos colaterais do corticoide tanto quanto eu. Ela me explicou um monte de coisa. Disse que um dos efeitos dessa medicação é a baixa da imunidade. De acordo com ela, estou aberta a todos os tipos de infecções por vírus e por bactéria. Tive essas e poderão haver outras.

Comentou também acerca de ferritina baixa.  Disse que isso é normal porque perdi muito sangue durante a minha última crise. Perguntou como andava o meu intestino. Sai de lá já com retorno marcado.

Ele me receitou:

  • Ciprofloxacino 500mg (2 comprimidos por dia durante 7 dias)
  • Busonid (Duas aplicações por dia durante 7 dias). Esse é um daqueles sprays pro nariz.
  • Polyomega 3, 6 e 9 (40 gotas 2 vezes ao dia. Tomar 10 frascos)

Tenho feito as coisas que preciso fazer a passos lentos. Consegui acertar 90% do EaD de Químia Tecnológica (e estou muito feliz com isso). Consegui entregar hoje um trabalho valendo ponto. Todavia, não fiquei para assistir as aulas. Resolvi respirar e repousar. Meu corpo está precisando.

Agora é focar na recuperação e estudar respeitando o meu ritmo. Não tem para quê desespero. Tensão só piora as coisas. Eu tava muito agoniada nesses últimos dias e preocupada em excesso. E isso não estava me ajudando em nada. Sei o motivo de não ter me dedicado 100%. Não foi vagabundagem. Me sentia/sinto mal. Muito mal. Temos de aceitar o que não podemos controlar. Assim que melhorar, acelero o ritmo de novo. Por enquanto, vai como der.

Provas, musculação, livros e acidente de carro

15 mar

Essa semana foi conturbada.

Prova de Álgebra Vetorial na sexta e prova de Química Tecnológica no sábado – hoje – pela manhã. Semana de estudo intensa.

Lembram que eu escrevi na publicação anterior que só voltaria para a musculação em caso de desespero??? Pois bem… me desesperei. Comecei os exercícios na segunda-feira. Essa semana fui quatro vezes.  Quero manter essa média. Ir de três a quatro vezes por semana. Não pretendo ser fisiculturista mesmo, então tá tudo certo.

Escolhi – de novo – a musculação pela praticidade. Não é o meu exercício favorito, mas é o que melhor se encaixa as minhas condições atuais. É aquela velha história de tornar o possível ideal. Escolhi a semana mais arroxada em C&T para começar. Parti da premissa de que todas as semanas quando se faz faculdade são puxadas. Se eu fosse esperar um tempo em que as coisas ficassem mais leves nunca iria começar essa atividade. E isso é algo que realmente preciso fazer. Não posso esquecer o que é prioridade. E, no meu caso, saúde é prioridade. Agora tenho esse novo compromisso. Não importa o que aconteça, durante a semana, tenho de arranjar tempo para me cuidar. Outro fator que me motivou a procurar a musculação é porque está chovendo em Natal. Não dá nem para caminhar e nem para fazer hidroginástica com esse tempo…

Provei uma fruta deliciosa. Chama-se cajá-manga. Me esbaldei e o meu corpo não reagiu a ela.

cajá-manga

Tive uma raiva durante a semana. Numa das disciplinas devemos fazer uma atividade EaD (de Ensino a Distância). Nós entramos no sistema e temos uma hora para resolver um teste com 10 questões. Temos direito a cinco tentativas. Cada tentativa gera um novo teste com questões diferentes do anterior. A nota que fica é a do último teste e não a nota maior. Ou seja, se você tirar um 7 decidir refazer e tirar um 2, a nota que fica é o 2. Na primeira tentativa fiz 80%. O que foi um bom resultado, mas eu queria mais. Então, resolvi arriscar e tentar de novo. Na segunda tentativa, fiz 90%. Mas, continuei insatisfeita porque queria fechar.Decidi arriscar. Na terceira tentativa, fiz 80%. Na quarta tentativa, fiz 80%. A essa altura o meu nível de stress já estava tendendo para o infinito. Eu tava com tanta vontade de ganhar que ceguei. Em algum ponto o teste deixou de ser uma avaliação e começou a ser uma competição. Eu não conseguia parar e decidi arriscar tudo tentando mais uma vez. O último teste veio mais complicado do que todos os outros. O sistema tem um banco de dados com questões que são sorteadas e formam um novo teste sempre que você pede para tentar de novo. O meu último veio premiado com as questões mais tronchas que poderiam vir. Eu sabia dos riscos. Mas, ignorei. Resultado: fiz 60%. O pior é que quando fiz 90% minha mãe e meu namorado me aconselharam a parar. Me disseram que não valia a pena tentar mais porque eu já tinha uma nota boa e as chances de perdê-la eram maiores. Não ouvi os conselhos. Minha irmã disse que o que fiz foi coisa de caloura burra e que não se brinca com nota. Naquela madrugada, eu chorei. Depois repensei e fiquei mais tranquila em relação a isso. Todavia, aprendi a lição. Na próxima atividade EaD, se eu tirar igual ou acima de 8, paro.

Aí vai um alerta para os meus leitores: Cuidado com Harry Potter!!!!! Esse livro vicia. Não é brincadeira. Uma vez que você começa, fica impossível parar. Madame Bovary caminha  a passos lentos. Ela tem a alma muito inquieta. Nunca está satisfeita com nada (e quem sou eu para julgá-la depois do episódio dos testes, né?) e quer viver grandes emoções. Como se fosse personagem de um grande romance. Não sabe ela que é. No momento, ela está envolvida com Rodolphe. Um cretino. Eu jurava que ela se envolveria com Léon. Mas, ele vai embora e ela escolhe o pior dos canalhas. Alias, ela que é escolhida por ele. Ele é experiente com mulheres e percebe as fragilidades dela. Ataca como um lobo em pele de cordeirinho. Ela cai feito um pato. Continuo sentindo muito por Charles. Entendo-o. Ele é um homem maravilhoso, mas é o oposto dela. É conformado. Não por ruindade, mas por natureza. Ele é do tipo que se acostuma com as coisas. Nem sequer parece refletir sobre a própria vida, quem dirá almejar outra. Um homem bom de coração simples e alma serena. A inercia dele incomoda um pouco. Ele nunca leva Emma para se divertir. É ausente. Incapaz de perceber os anseios dela. Não exige nada. Parece nem ter ciúme. Isso é muito estranho. Liberdade demais parece falta de amor.

Sofri um acidente de carro hoje à tarde. O carro deu defeito e parou no meio da pista. Assim que parou, Raimar (o motorista) ligou o pisca alerta. O carro que vinha logo atrás viu e desviou, o que vinha atrás desse não. Veio com tudo e bateu. As coisas aconteceram tão rápido que não houve tempo de descermos e colocarmos aquele triângulo vermelho antes da batida. Foi muito tenso. O barulho foi imenso e a pancada também. Minha mochila voou para frente, meus óculos – só Deus sabe como, saíram da minha cara e foram parar lá atrás, o som do carro veio para a nossa frente cheio de fios e o banco em que eu estava se inclinou todo para trás. O que nos salvou de uma desgraça foi o cinto de segurança. Tenho até medo de imaginar o que teria acontecido se não fosse o cinto. Tenho certeza que teria estourado a cabeça no vidro. Acabou com a traseira do carro em que estávamos. O carro que bateu atrás ainda conseguiu ficar pior. Porque além de amassar a frente, também amassou até as portas. Fisicamente, Raimar está bem. A família que estava no carro de trás também está bem. Eu estou toda dolorida. Assim que a perícia chegou, Papai me levou para o hospital. Tiramos várias radiografias. Como brincou o médico “O problema foi só na lataria, o motor tá bom”. Ele passou um relaxante muscular: Miosan 5mg. Disse que o efeito colateral dessa medicação é o sono. Falou também que amanhã vai ser pior do que hoje. Que amanhã sentirei mais dores.  Sinto dor na batata da perna direita (acho que ela deve ter ido de encontro ao banco de forma mais violenta na hora da batida) e nas costas. Da altura do pescoço até a lombar. A musculatura tá bem tensa. Principalmente a das costas.

Esse final de semana começou bem complicado com prova seguida de acidente de carro. Íamos jogar Battle Scenes. Estávamos indo para um torneio. Seria o primeiro do ano para nós. Já estamos com tanta saudade. Mas, infelizmente, não foi dessa vez. Agora é descansar.

Qual o sabor disso? LIBERDADE!

9 mar

Mil coisa acontecendo.

Tenho estado rebelde. Experimentei uma ruma de coisas. Tudo em pequenas porções. Umas quatro ou cinco batatinhas fritas misturadas com o almoço, experimentei um pedacinho de linguiça só para relembrar o sabor (pedacinho mesmo, viu?!), comi club social tradicional (que pode conter traços de leite), comi dois biscoitos Cream Cracker (mesma situação do club social. Um dos meus favoritos. Porém, minha consciência não me permitiu ultrapassar o limite de dois biscoitinhos), experimentei cuscuz com coco, experimentei rúcula (na minha casa não entra salada de folhas e legumes se não for por mim. Não sabia nem o que era e nem como se preparava essa folha, então experimentei num jantar de família) e tive coragem de participar de um jantar em família pela primeira vez desde a descoberta da doença comendo o que todo mundo tava comendo. O meu prato foi composto por carne com um molho sem nenhum ingrediente ao qual eu fosse alérgica, arroz branco e salada. Todas as experimentações foram um sucesso.

Essa minha rebeldia tem deixado os meus pensamentos inquietos em alguns momentos. Fico me questionando qual o meu limite. A impressão de que tenho é que em pouca quantidade o meu corpo tolera muita coisa. Quando falo pouca quantidade é pouca mesmo. Questão de uma colher ou uma garfada. Ainda não inventei de experimentar porções inteiras de certos alimentos que considero “pesados”. Outra coisa que está em cheque é a validade desses testes alérgicos. Teoricamente, eu deveria ter me lascado ao experimentar coisas que podem conter traços de leite. Só quem pode isso é o intolerante, o alérgico a proteína do leite não. Mas, para a minha surpresa e a felicidade geral da nação, nada aconteceu. Sem manifestações na pele, sem vias respiratórias comprometidas e sem intestino dando nó cego.

Simplesmente estável. Agora é aquela hora em que as recomendações e orientações dos especialistas que cuidam de mim entram em choque. Todos parecem ter um pouco de verdade em suas falas. E eu toda leiga perdida no meio disso tudo. Situação desagradável.

Meu corpo, minha decisão. Acabou o radicalismo. Claro que vou continuar adepta a uma alimentação balanceada porque só eu sei as vantagens que ela me trouxe. Mas, não serei tão inflexível como era antes em relação as minhas vontades. Não vou abandonar o tratamento das alergias e nem o acompanhamento da nutricionista. Apenas vou desconfiar do que me parecer exagerado demais. Qualquer dia desses me rebelo de vez e como uma pinha. Eu estava passeando pela UFRN e vi um homem vendendo pinhas. Minha boca encheu d’água e eu fiquei com pinha na cabeça. Pinha é fruta, eu não sou alérgica a ela e, de repente, esqueci porque que a nutricionista a tirou do meu cardápio. Eu sou louca por pinha. No dia que der na telha como uma para ver o que acontece.

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O primeiro dia de Carnaval bateu com o aniversário de Papai. Fomos comemorar em Galinhos. Quase que essa viagem não sai. O carro deu pau dois dias antes de irmos. Papai levou para oficina e na sexta-feira o automóvel estava pronto. No sábado pela manhã saímos. Na entrada de Parque dos Coqueiros, Graças a Deus, o carro perdeu a força e parou. Dou graças porque ainda estávamos em Natal. Voltamos para casa e o carro para oficina. Trocaram uma peça lá e às 11h saímos. Almoçamos no shopping. Meu primeiro almoço fora de casa num estabelecimento comercial desde a viagem a Santa Rita em 2012. Sucesso. Foi lá que experimentei as batatas fritas. Chegando em Galinhos foi só alegria. SAM_2480SAM_2476 SAM_2483SAM_2484SAM_2525SAM_2527SAM_2599

O mar estava PERFEITO. Super tranquilo. Parecia até que estávamos numa piscina natural. A vontade foi de não voltar para Natal e ficar lá mais um tempo. Infelizmente, isso não era viável.

A vida tá beem aperriada agora. Muita coisa para fazer e, as vezes, tenho a impressão de que não vou dar conta. Porém, tenho adorado tudo isso. Rotina cheia e feliz. Semana que vem vai ser um terror. Dois trabalhos importantes, duas provas. Que eu tenha força e inteligência suficiente para lograr êxito esse semestre.

Tenho realmente pensado em voltar a praticar alguma atividade física. Mas, estou tendo dificuldade em encontrar tempo para isso (além de disposição). Minha rotina é cheia de horários quebrados. Inclusive os de sono. Nos que me sobram pela manhã: ou me exercito ou durmo. A tarde e à noite me dedico as aulas e ao estudo em casa. Eu gosto de esportes. O problema é que os esportes demandam um horário fixo e isso eu não tenho. Toda semana acontecem coisas novas e eu preciso estar em lugares diferentes em horários diversos. Por dez segundos, a musculação me pareceu adequada porque existem academias próximas a minha casa que ficam sempre abertas.  Mas isso só durou dez segundos. Eu lembrei que detesto musculação. Musculação de novo só em caso de desespero. Tenho medo de engordar desenfreadamente. Acontece com muita gente que entra na faculdade. Independente de ser portador de doença crônica ou tomar corticoide. A gente olha as fotos de como entramos e como saímos e vemos a diferença. Principalmente, nas mulheres. Felizmente, isso não é regra. Há quem consiga fugir do padrão.

Clarice Lispector escreveu um texto bem interessante sobre isso. Ele está contido no livro Só Para Mulheres. Vou transcrevê-lo para vocês:

“Gordinha”? “Gordota”? “Gorda”?

Talvez você, para não ter o trabalho de dieta e preocupações, tenha resolvido que não é gorda – é apenas gordinha.

Desculpe, mas é mesmo? Quantos passos  além de “gordinha” você já deu? Cada pessoa tem seu próprio tipo. Mas ser gorda não é tipo; é talvez o tipo engordado. E isso não ajuda a ser sedutora.

Será que você não tem nenhum motivo para querer adelgar-se? Quero dizer com isso o seguinte: será que não há nada tão precioso para você obter e que a incentive o bastante a ponto de você considerar bem empregado o esforço de afinar-se?

Está bem, suponhamos que você é apenas gordinha. O que não tem mal. No entanto, há o perigo de você ser “ainda gordinha” – o que significa um futuro progressivo rumo ao “gorda”.

Cuidado, pois, enquanto ainda é muito simples ter cuidado. “Gordota” já não é tão bom como “gordinha”. E “gorda” já piora o engraçadinho de “gordota”.

Clarice definitivamente não é bem-humorada em suas dicas. A escrita dela, as vezes, que é. O livro é de matar a gente de rir porque quebra com o esteriótipo mental que temos da autora. Sobre o texto acima: gosto da parte do ter cuidado enquanto é simples ter cuidado. Tem certas coisas que é melhor prevenir. Melhor fazer uma reeducação alimentar do que uma redução de estômago. Hoje existe uma coisa radical como se você fosse obrigado a ser fitness. Não é disso que eu tô falando. Acho que o segredo da saúde está na moderação e na prática de atividades físicas. Eu poderia ter engordado horrores de tanto que tomo corticoide. Mas, felizmente, não aconteceu. Engordei sim. Todavia, menos do que o previsto se pensarmos nas doses e no tempo de duração dele em meu dia-a-dia…

Dia 08 de março. Dia da mulher. Dia em que completo 4 anos e 6 meses de namoro. Dupla comemoração. Fui mais que mimada.

Raimar trouxe uma flor de chocolate para a minha mãe e outra para a minha irmã. Para mim, batom rosa e sabonetes cheirosos.

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Fomos ao shopping e compramos as entradas para irmos ver Maria do Caritó em Abril. Dica do psicólogo. Ele também adora filmes, peças, shows e livros. No meio das nossas conversas sempre compartilhamos esse tipo de informação. Eu acho isso o máximo.

Maria do Caritó

Passamos nas Americanas porque Raimar queria ver os DVDs. Lá tinha um monte de livro legal em promoção. E eu no auge da minha pobreza. Só deu para levar o primeiro da saga Harry Potter. Tinha um monte de coisa legal mesmo a preço acessível. A Dança dos Dragões tava por R$20. Eu comprei o meu por mais de R$40. Todos da saga de Harry por R$19,90. O Caçador de Pipas tava só um pouquinho mais caro. Não vou ficar aqui citando as obras legais e baratas que estavam naquelas prateleiras. Se eu fosse você, morasse em Natal e tivesse com crédito iria dar um conferida.

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Para fechar a noite com chave de ouro fomos comer em A CASA. Aquele restaurante vegano que já comentei por aqui. Dessa vez, experimentei o cachorro-quente. Uma delícia! Mais de dois anos sem experimentar nem algo parecido com um cachorro-quente. Tenho apreciado cada vez mais a culinária vegana. É mais próxima do natural e o meu corpo reage bem aos pratos deles.

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Sobre os novos exames…

5 fev

O gastro especialista analisou todo o meu histórico anterior. Acreditem: há chances de eu continuar no vácuo sem saber que doença tenho. As características que apareceram na colonoscopia são comuns a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn. Isso daí não é exatamente nenhuma novidade. Para tentar sanar a dúvida, ele passou uma enterografia por ressonância magnética. Se alguma parte do meu intestino delgado estiver inflamada, é certeza que é Crohn. Se não, continuo no limbo.

Vou começar uma bateria de exames laboratoriais. Como ele pretende usar um imunossupressor, temos de nos certificar que não tenho nenhuma infecção. Esse tipo de medicação baixa as defesas. Então é muito importante que eu realmente esteja sem infecção alguma. Para isso farei exames tipo raio X do tórax para procurar alguma coisa relacionada a pneumonia ou a tuberculose, por exemplo. Vamos procurar por doenças como hepatite também. A questão da tuberculose foi engraçada. Porque ele deve ter percebido que fiz cara de confusa quando ele falou sobre isso. Eu não tenho tosse ou qualquer outro sintoma. Faz semanas que nem a rinite se manifesta. E quando se manifesta, extrato de própolis resolve. Mas, ele disse que eu posso ter entrado em contato com a bactéria em algum momento da vida e não ter desenvolvido a doença. Até saber se um dia eu já tive contato com certas bactérias é importante. Acreditem: tem exames laboratoriais que procuram por isso. Os exames laboratoriais também vão incluir aqueles que todo médico gosta de passar como hemograma e fezes. Sinto que vão ter que tirar litros do meu sangue para tantas análises.

Outra coisa: Vou ter de atualizar TODA a minha careteira de vacinação e mais. Vou ter de tomar vacina para o tipo mais comum de pneumonia, HPV e a da gripe. A da gripe tem de ser tomada anualmente. Como estou tomando corticoide, ele reduz o efeitos das vacinas. Mas, mesmo assim, antes de começar a medicação nova tenho de tomá-las todas. Depois, faremos um reforço.

Eu estou decepcionada. Queria que o Mesacol tivesse funcionado. Dr. Gastro Especialista já disse que pretende entrar com Remicade e Azatioprina. Não dá certeza porque a decisão dele vai depender do resultado de todos os exames. Eu sou meio iludida. Porque desejei que a medicação diminuísse. O que é muita esquizofrenia da minha parte. Se eu tenho crises regulares mesmo seguindo todas as orientações que me foram dadas até agora, como o meu corpo iria começar a reagir bem com menos? Eu sei que é irracional. Mas, eu quis que a medicação diminuísse e, assim, eu melhorasse. Tenho horror/pavor/ pânico ao corticoide. Estou tomando porque não posso cortá-lo assim de uma vez. Mas, ODEIO  tomá-lo. Tudo que queria era me livrar dele. E, pelo visto, vou conseguir. Mas, mesmo assim, estou triste. Porque eu não queria tomar medicações mais pesadas (falo mais pesadas que o Mesacol. No quesito efeitos colaterais, não tem nada mais pesado do que o corticoide). Eu simplesmente queria que o meu corpo reagisse bem. Queria nem ter essa doença maldita.

A minha doença é agressiva. Seja lá qual for. Isso fica evidente já na primeira colonoscopia. Eu também tenho perda crônica de sangue, mas não estou exatamente anêmica. Os tratamentos para repor sangue agora são inviáveis porque trariam efeitos colaterais muito ruins. E, quanto a isso, estou bem. Então dá para esperar o novo tratamento começar antes de começar a tratar os detalhes.

Estou com medo porque o remicade é uma medicação intravenosa. As vacinas da alergia já me bastaram. Realmente não gosto de tomar injeção. Vou atualizar a carteira de vacinação com todo o desgosto que alguém poderia sentir ao fazer isso. Tem vacina importante que eu nunca tomei. Por exemplo, a antitetânica.  Vou ter de tomar. Vacinas que se tomam uma a cada num sei quantos anos já me desagradavam. Imagine tomar medicação intravenosa regularmente??? Eu DETESTEI essa ideia. Pior é que até isso pode não funcionar. Tem de esperar para ver como o corpo reage e blá blá blá.

Não aguento mais esperar esse corpo sem noção reagir. Eu quero sucesso. Eu quero não entrar mais em crise. É muito ruim chegar com cara de fracassada para a família, namorado, psicologo, amigos e dar a notícia: entrei em crise de novo. Eu realmente odeio isso. Eu gosto de responder que estou bem. Que meu corpo tá ótimo. Que não tenho apresentado sintomas. Que finalmente o tratamento tá funcionando. Eu quero chegar para alguém e dizer “Faz uns dois anos que não tenho mais sintomas dessa doença.” Quando isso vai acontecer? Daqui há mais ou menos uns dois anos seria bom, né?!

Malditas incontroláveis doenças genéticas!!!

É fácil demais aceitar essa doença quando estou bem. Em crise, as coisas mudam de figura. Não consigo.

O médico especialista fez algo muito legal por mim. Me passou os números de telefone e e-mail para que eu possa ligar ou escrever sempre que tiver alguma dúvida. Achei muito gentil da parte dele.

Talvez, este post não esteja tão feliz porque o meu dia não foi muito bom. Descobri hoje que, pelo menos, duas questões do teste que fiz estão erradas. Uma por causa de uma bobagem. Como a turma tem mais de 150 alunos, as provas são objetivas e os cálculos desconsiderados. Como eu errei apenas o finalzinho de uma dessas questões, isso me deixou muito frustrada. Por causa de uma idiotice – coisa que sabia – perdi dois pontos de cara. Para piorar a situação, a minha colação de grau em letras vai cair no mesmo dia do terceiro teste de Matemática. De acordo com o novo regulamento da graduação da UFRN, eu não posso fazê-lo antes ou depois da data prevista. Ou seja, ficarei com zero. Essa disciplina é pré-requisito para cálculo II. Se eu não passar nela, vou atrasar todo o meu curso.

Tem dias que são mais pesados que os outros. Esse com certeza não foi o meu dia. Escutei um monte de coisa que não queria ouvir. Vim para cá porque escrever faz com que que me sinta melhor. É quase um padrão: começo com raiva,  no meio do texto me deprimo e, no fim, já estou conseguindo refletir um pouco e me sinto mais leve.

Espero que as coisas deem certo. Diante de todas as hipóteses, eu ainda prefiro ficar no limbo. Porque acho que ter Crohn é pior do que ter Retocolite. Dos males, quero ter a possibilidade do menor. Tem coisa que a gente não pode escolher. Mas, o fato da gente não poder escolher não quer dizer que a gente não escolha mentalmente. Eu sempre escolho. Eu não gosto de criança. Quem me conhece sabe. Não tenho jeito e fico sem graça na presença delas. Quando as pessoas perguntam as mulheres grávidas qual o sexo que ela gostaria que o feto tivesse, muitas respondem “O importante é nascer com saúde.” Como se fosse quase um pecado ter uma preferência. Mentalmente, eu escolho. Sempre escolho. O tempo todo a minha imaginação me joga em situações improváveis em que faço escolhas. Coisa de quem lê, quem gosta de história. A gente se coloca no lugar de pessoas, personagens… Pois bem… Se fosse eu gravida – isso seria uma tragédia – mas, do males: o menor. Eu preferiria uma menina. Eu escolho ter retocolite. Se for Crohn, continuarei vivendo. Ou melhor, Crohnvivendo! Mas, ficarei decepcionada.